Proferidas no último dia 8/10 durante um culto evangélico em Goiânia, as mentirosas declarações da ex-ministra Damares Alves — de que crianças da Ilha de Marajó (PA) são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações para facilitar abusos sexuais — mostram como o fascismo atua sem nenhuma rédea ou mínimo de escrúpulo na falsificação da realidade. Mas também mostram como, no capitalismo, a mentira e a falsificação são intrínsecas ao próprio funcionamento do sistema, independente de sua forma política. Ou seja: independente de ser uma ditadura clássica, um regime fascista ou uma democracia.
A diferença é que, na democracia, a tendência é que a mentira e a falsificação diariamente praticadas pela consciência burguesa sejam mediadas e travestidas pelas instituições que asseguram a continuidade da dominação de classe nas formações sociais capitalistas. E a primeira dessas mentiras é dizer que, por meio do voto periódico em eleições burguesas e da participação nas instituições, seja possível aos trabalhadores modificar estruturalmente a sociedade de classes.
No caso do fascismo, a mentira e a falsificação são escancaradas e praticadas abertamente, sem qualquer mediação ou código de conduta, como o fez Damares em suas declarações inventadas sobre a pedofilia em Marajó (PA), como o faz Bolsonaro desde o início do atual governo e como, historicamente, sempre o fizeram regimes fascistas clássicos, como os de Hitler, Mussolini, Franco e Salazar, entre outros. Isto porque o fascismo é, na verdade, o inconsciente liberado da burguesia. O fascismo é o inconsciente burguês sem rédeas, amarras ou limitações. O fascismo é a expressão do real desejo burguês de explorar, roubar, matar, tripudiar, manipular, mentir e falsear a realidade, sem o menor constrangimento.
Mentira, falsificação, roubo, morte, genocídio e capitalismo sempre foram palavras sinônimas, por mais que os democratas tentem esconder esta realidade.
Venceremos!