A cada dia, setores de extrema direita, dentro e fora do Congresso Nacional, avançam com propostas visando criar as condições para que Jair Bolsonaro possa se candidatar às eleições presidenciais de 2026.
A mais recente iniciativa desses setores foi a colocação, em regime de urgência para votação na Câmara dos Deputados, de um projeto de lei elaborado em 2016 pelo então deputado Wadih Damous (PT-RJ), prevendo que as delações premiadas só sejam homologadas quando o réu estiver em liberdade e estabelecendo que nenhuma denúncia tenha como fundamento apenas as declarações do delator.
Ao pautar o projeto para votação urgente, a intenção do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de parlamentares do Centrão é anular todas as delações feitas pelo coronel Mauro Cid sobre a participação de Bolsonaro em articulações para dar um golpe de estado visando impedir a posse de Lula (PT).
Apesar de o projeto de Wadih Damous (PT), se aprovado, não afetar a condenação de Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a 8 anos de inelegibilidade, o fato é que a extrema direita continua acumulando forças para, se possível, abreviar o mandato de Lula.
Prova disto é que, além do referido projeto, tramita na Câmara uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) prevendo anistia a todos os bolsonaristas e fascistas que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Como resposta a esses avanços da extrema direita, o governo Lula acena com mais conciliação, cargos no governo para partidos bolsonaristas e isenções fiscais milionárias a igrejas evangélicas, que hoje são verdadeiras escolas de fascismo.
Lula já deveria saber — mas parece não enxergar — que fascismo não se combate com flores, vinhos e caixas de bombom. Fascismo também não se combate com mais democracia ou com o surrado palavrório de defesa do “Estado de Direito”, conceito invocado por políticos burgueses para iludir o proletariado.
Na verdade, o fascismo só pode ser efetivamente combatido a partir de uma estratégica genuinamente proletária, baseada na absoluta independência de classe. Uma estratégia sem conciliação com as instituições do Estado capitalista, sem conciliação com os setores liberais, da direita clássica ou da extrema direita.
Venceremos!