1º de Maio: bolsonarismo escancara fragilidade da esquerda

1º de Maio: bolsonarismo escancara fragilidade da esquerda

Fora Bolsonaro! Apesar de suas aparentes contradições, foi esta palavra de ordem eleitoreira e institucional que, no discurso, unificou as centrais sindicais do país, ideologicamente aparelhadas pelo reformismo e o trotskismo. Na prática não foi diferente.

Enquanto as centrais, com seu sindicalismo cidadão e bem comportado, promoviam tímidas carreatas e lives irrelevantes, hordas fascistas do bolsonarismo ocuparam as ruas com palavras de ordem como “nossa bandeira jamais será vermelha”, “pelo fechamento do Congresso Nacional” e “intervenção militar já”.

Viciados na institucionalidade, reformistas e trotskistas negam-se a compreender que o proletariado não deve tomar as ruas em defesa de palavras de ordem burguesas e muito menos de um estado que não é o seu: o democrático. Pelo contrário, a reorganização da luta da classe trabalhadora passa pela reivindicação de melhorias nas condições de vida do proletariado, cujas consignas devem expressar as contradições de classe e apontar para a necessidade de superação desse antagonismo por meio da revolução socialista.

Com programas, discursos e práticas pequeno-burgueses, os partidos reformistas e trotskistas só são capazes de apontar para a institucionalidade como solução para a crise da própria burguesia. Abdicam assim, em uma conjuntura de crise do capitalismo e enfraquecimento institucional de Bolsonaro, de vanguardear o proletariado na luta por sua própria libertação.

Ao renunciarem ao seu papel de vanguarda, por negarem o leninismo, reformistas e trotskistas, maioria no campo da esquerda brasileira, abrem caminho para que as hordas protofascistas do bolsonarismo ocupem espaços políticos do proletariado, como ocorrido no 1º de maio ou nas declarações de Bolsonaro, que, ao defender a reabertura do comércio, diz estar agindo em defesa do emprego.

Mentira! Ao fazer tal afirmação, Bolsonaro fala principalmente para parte de sua base de apoio, a pequena-burguesia comercial do país, e acena de maneira populista aos trabalhadores, pois sabe que para levar adiante seu projeto de instalação de uma sociedade fascista no Brasil é preciso a adesão do proletariado. Daí a importância das igrejas neopentecostais, que manipulam os trabalhadores, para as quais acenam desavergonhadamente candidatos a presidente como Lula (PT) e Boulos (PSOL).

Para enfrentar a ameaça fascista no Brasil é preciso reorganizar fortemente o movimento da classe trabalhadora. O que o reformismo e o trotskismo já demonstraram, historicamente, serem incapazes de fazer, seja no primeiro caso, pela traição à Revolução Alemã de 1918, ou no segundo, pelos boicotes à Revolução Russa.

Precisamos, portanto, superar essa militância passiva da esquerda brasileira, que age a reboque dos acontecimentos, e lançar mão desde já do marxismo leninismo para organizar o movimento dos trabalhadores na luta por sua própria libertação.

Venceremos!

 

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