A vitória da extrema direita nas eleições legislativas italianas do último domingo (25/9) sinaliza uma importante mudança de conjuntura que, para além de suas consequências imediatas e a médio prazo, deve servir de reflexão sobre os equívocos cometidos pela esquerda reformista.
Liderada por Giorgia Meloni, do partido Irmãos da Itália — que deverá ser a futura primeira-ministra —, a coalizão vencedora inclui o partido Força Itália, do ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi, e a Liga Norte, de Matteo Salvini. Com a votação que recebeu, a coalizão poderá governar sem a necessidade de acordos com outras forças políticas.
A grande lição a ser tirada desta eleição é que, ao contrário do que pensam reformistas — sobretudo gramscianos —, os avanços nas lutas políticas do proletariado contra o capital não são processos históricos irreversíveis ou cumulativos. São processos que, a depender de cada conjuntura e de fatores como a correlação de forças e a existência (ou não) de um partido revolucionário, podem estar sujeitos a retrocessos e recuos, como aliás prova esta recente eleição dos fascistas na Itália.
Com sua crença completamente equivocada num suposto avanço processual e irreversível dos trabalhadores naquilo que chamam de luta contra-hegemônica, reformistas e gramscianos não percebem que, na verdade, revoluções só podem ocorrer por meio de rupturas revolucionárias dirigidas por um partido que tenha o marxismo como ferramenta teórica e de luta do proletariado. É isto o que ensinam inúmeros exemplos históricos, começando pela grande Revolução Russa de 1917.
Como marxistas leninistas que somos, para nós, do MM5, é este o verdadeiro marco estratégico da revolução.
Venceremos!