Capital financeiro chantageia e sabota Lula

Capital financeiro chantageia e sabota Lula

Liderada pelas frações hegemônicas ligadas ao capital financeiro, começou a se articular no Brasil uma forte oposição burguesa ao atual governo. Um dos motivos centrais — mas não o único — são as críticas recentemente feitas por Lula (PT) aos altíssimos juros praticados no país e à chamada “autonomia do Banco Central”, política neoliberal cujo objetivo é manter as finanças do Estado brasileiro sob total controle dos grandes bancos (nacionais e estrangeiros).

Praticamente em uníssono, expressivos setores empresariais, toda a imprensa burguesa brasileira, Câmara dos Deputados e Senado vêm, desde fevereiro deste ano, defendendo a atual política monetária e atacando ferozmente qualquer crítica ou questionamento — por menor que seja — à especulação financeira vigente no país, onde os espantosos juros de 13,75% ao ano são sempre apresentados como “coisa natural”, algo “inquestionável” e “bom para o Brasil”.

A sabotagem e a chantagem do capital financeiro contra Lula (PT) tem sido aproveitada pelo Centrão, grupo de parlamentares fisiológico e de direita liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL) e pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para exigir do atual governo a concessão de ainda mais benesses. O que já havia ocorrido no início de janeiro, quando Lula teve de lotear milhares de cargos para o Centrão, em troca de apoio para aprovar, no plenário do Congresso, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que viabilizou a continuidade do auxílio-emergencial.

Com margens cada vez menores para utilizar os orçamentos do Estado brasileiro no pagamento de migalhas ao proletariado, Lula portanto virou refém do Centrão e agora sofre forte oposição burguesa — como no caso dos juros — por conta das próprias alianças que constituiu ano passado para viabilizar sua candidatura à presidência, tendo Alckmin (PSB) como vice e a promessa de salvar financeiramente inúmeros setores empresariais.

O quadro é ainda mais agravado pela presença ostensiva de uma extrema direita bolsonarista, organizada e também pronta a engrossar a oposição a qualquer tentativa do atual governo no sentido de conceder benesses aos trabalhadores.

Para o MM5, ou Lula mobiliza sua base social para o necessário enfrentamento à chantagem burguesa ou será inevitavelmente tragado pela direita e o bolsonarismo, não estando descartada a hipótese de um golpe a médio prazo.

Venceremos!

 

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